A História nos mostra que o dinheiro não serve apenas como meios de pagamento na aquisição de coisas. Serve também para comprar a consciência dos homens. É verdade que todo homem tem seu preço? Embora a onda de corrupção que grassa no país leve muitos a uma reflexão extremada, não se pode generalizar. Os bons não podem pagar pelos maus.
A Bíblia é o livro da verdade. Por isso se mantém como o maior best seller de todos os tempos. Não somente porque conta a verdade, mas porque é a Verdade: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). A Bíblia registra os fatos com fidelidade, até mesmo quando fala dos justos. Davi era um homem do coração de Deus, porém está escrito que ele praticou adultério e foi o autor intelectual da morte do marido ofendido. Para ficarmos só neste exemplo. E quanto a suborno? Há um registro de suborno explícito.
Por ordem de Pilatos, o sepulcro de Jesus foi guardado com forte esquema de segurança. Além da guarda romana, de dez a trinta soldados fortemente armados, de prontidão até o domingo da ressurreição, uma grande pedra, com selo imperial, fechava a entrada do sepulcro. Não havia a menor possibilidade de roubo. Por esta razão, a ressurreição de Jesus, o acontecimento mais fantástico de toda a história humana, deixou os guardas e os sacerdotes atônitos e envergonhados; entraram em pânico. Esse negócio de ressurgir dos mortos era algo completamente fora de cogitação para os inimigos da cruz. Mas o corpo escafedeu-se de forma misteriosa; vergonha nacional; a força-tarefa, responsável pela segurança do local, e os príncipes dos sacerdotes estavam envergonhados. O nazareno reviveu; está andando por aí, aparecendo a um e a outro; não podemos crucificá-lo outra vez. Os heresiarcas de hoje também ficam sem saber o que dizer, quando se deparam com a realidade cristalina da ressurreição. Uns dizem que o corpo evaporou-se; outros, que nunca existiu um corpo físico, mas um corpo espiritual que retornara ao seu estado primitivo. Mas vamos ver a história do suborno:
“E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo: Dizei: Vieram de noite aos seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje” (Mt 28.11-15).
O dinheiro fora usado pelos ditos “príncipes dos sacerdotes” para pagar o “trabalho” de Judas Iscariotes. Agora, os soldados recebem grande quantidade na “operação-abafa-ressurreição”. Porém, por óbvias razões, o esquema deu mais autenticidade à ressurreição corporal de Jesus. A mentira não prevaleceu.
Os homens continuam se prostituindo. Em troca de algumas moedas, vendem a própria alma. Há dois mil anos não era diferente. Às vezes, na tentativa de camuflar o dinheiro da corrupção, são capazes de protagonizar situações as mais ridículas, como as que temos visto nas últimas semanas em nosso Brasil. Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
O dinheiro é capaz de comprar tudo. Aliás, quase tudo; ele não compra a Vida Eterna.
“Os que querem ser ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1 Tm 6.9-10).
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa
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